sábado, 28 de agosto de 2010

Idade da Loucura

(27.08.2010)

Passou-se o tempo da razão, se é que ele um dia existiu.

A verdade é que (quase) todos nós somos podres.

Fazemos o bem, muitas vezes, para desencargo de consciência.

Justificamo-nos perante as pessoas, para mostrar o quão bom somos, divulgando uma imagem que, muitas vezes, não condiz com a verdade.

Preocupamo-nos com o que ocorre a milhares de quilômetros de distância, mas sequer damos o mesmo carinho e atenção às pessoas que vivem debaixo do nosso teto.

Preocupamo-nos demasiadamente com o nosso futuro, com os nossos projetos pessoais, e nos esquecemos das pessoas. Até quando isso é positivo?

Onde está aquela velha pureza, nos atos, nos gestos e nas palavras?

É de se envergonhar.

O mundo está lentamente se definhando, até um novo momento de ruptura. Espero que não venha. Mas, se chegar, que a humanidade tenha uma nova chance, ainda que alguns creiam não existir “nada de novo debaixo do sol” e que sequer existirá algo, um dia. Muitas vezes me vejo pensando nisso, por mais pessimista que seja.

Precisamos evoluir. Estamos dispostos?

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

domingo, 8 de agosto de 2010

Ausência

(2010)

Ausência de tudo.

Ausência de sentimentos.

Noite contemplativa.
Não há palavras, tampouco imagens;
Apenas paisagens.

É um calmo momento,
de gélidos ventos.
De espumantes ondas brancas,
No forte de Copacabana.

Quando encontramos, talvez, a vida
numa pausa momentânea.

Ausência

(04.07.2009)

Ausência de tudo.

Ausência de sentimentos.

Noite contemplativa.
Não há palavras, tampouco imagens;
Apenas paisagens.

É um calmo momento,
de gélidos ventos.
De espumantes ondas brancas,
No forte de Copacabana.

Quando encontramos, talvez, a vida
numa pausa momentânea.

Qual distância deve um artista tomar?

Qual distância deve um artista tomar
Da sfamília, dos amigos e
Dos conhecidos e desconhecidos?

Sem isolar-se definitivamente?
Sem afundar na solidão,
Perdendo-se no meio da multidão?

Nenhum homem é completo

(02.12.2009)

Todo homem possui uma lacuna a ser preenchida,
e isto não é motivo para vergonha ou apatia.

Toda pessoa possui alguma deficiência.
Muitos não têm esta consciência
e se fingem de espertos,
quando nenhum homem é completo.


Todo homem já pecou na vida,
já mentiu ou fez coisas às escondidas.

Todos estão em débito com a lei interna,
Mas insistem no apontar de outras mazelas.
Tantos indivíduos se julgam retos,
quando nenhum homem é completo.


Toda religião ou ideologia,
Já modificou condutas, transformando vidas,

Toda pessoa crédula já se achou plena de vida,
Após anos percorridos de existência vazia.
Mas, nos seus íntimos sabem, é certo,
que nenhum homem, por mais feliz que seja,
é completo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Ser feliz, quão difícil

(08.01.2009)

Ser feliz, quão difícil...
Quão difícil é.

Quão difícil é conversar
e com palavras explicar
a outrem o que me entristece.

Quão difícil é confiar num amigo,
na intenção de, com ele compartilhar segredos,
sem receber em troca acolhimento e boa vontade,
mas, ao invés disso, cara feia e reprovação.

(hoje eu não confio, infelizmente, mas gostaria de confiar.)

Quão difícil é sair desse meu exílio!
Ainda que vivê-lo, temporariamente, seja para o meu auxílio,
Sofrer esse suplício tem me deixado deprimido!

Quão difícil é viver uma vida pela metade,
ou passar a vida sem encontrar a outra metade!

Quão difícil é...

Quão difícil é.

Quão difícil é tomar uma atitude,
ou dar o primeiro passo,
mesmo sabendo do dever de agir.

Quão difícil é obter a felicidade,
ainda que se conheça o seu caminho
e as pessoas a buscar.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Venham, Juízes

(2009)

Minha vida vocês encontrarão nos autos.
Meus pecados o acusador recitará,
um a um, sem pestanejar.

Minhas vivências e crenças,
A base de suas sentenças,
estão espalhadas em fragmentados poemas.

Meus passos em falso,
meus pequenos delitos,
minhas contravenções e crimes sem castigo.

Vocês têm observado quem sou,
e lido o que penso.
Minha história está exposta.
Agora, julguem com bom senso.

Se o juízo é inevitável,
ponham-se, ao menos, no meu lugar.
Pois talvez vocês tenham feito o mesmo
que estão hoje a condenar.

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Encantado

(30.08.2009)

Meu coração contrai de amor. Expulsa lágrimas.

Coração, que contrai de amor.

Razão, que julga com indiferença (os meus sentimentos).

Vozes, que sugerem opções opostas.

Sorriso feminino, que cativa e encanta.

Olhos de mulher, cuja profundidade
É como a de um oceano.
Cuja beleza hipnotiza qualquer criatura “andante”.

Baú de pérolas e cinzas

(03.08.2010)

Ó Baú, de pérolas e cinzas!

Quantos tentaram, com artimanhas,
desnudar as tuas entranhas!

Quantos desrespeitaram o teu sossego,
Perseguindo-te, sem freios!

Quantos tentaram violar tua privacidade,
por sede das tuas verdades!

Até quando caçarão, tresloucadamente, a chave da tua revelação?


Quem pode abrir, senão o dono da porta?